O capítulo 1 do Evangelho de João é um prólogo rico e profundo que estabelece os alicerces teológicos para o restante do livro. Ele introduz temas-chave como a divindade de Jesus, sua relação com Deus, sua encarnação e sua missão redentora. Vou desenvolver um resumo dos principais pontos do capítulo
O primeiro capítulo do evangelho de João é uma introdução teológica à pessoa e à obra de Jesus Cristo, o Verbo encarnado. Ele apresenta Jesus como o agente divino da criação, da revelação e da salvação. Ele também mostra a reação do mundo a Jesus, entre aceitação e rejeição.
A introdução do Verbo de Deus, que estava com Deus e era Deus desde o princípio, e que se fez carne e habitou entre nós. O relacionamento entre Deus Pai e Filho, tem sempre as decisões unanimes, o que Deus quer o Filho também quer, ambos antes de criar tudo, já sabiam da necessidade de Jesus intervir por nós (Onisciência), humanos pecadores. Mesmo assim, nos criaram, nos amaram e esse amor não muda, mesmo o ser humano cada vez mais opte pelo inimigo e pelas coisas desse mundo.
Há várias similaridades entre o primeiro capítulo do evangelho de João e o primeiro capítulo de Gênesis
O primeiro capítulo de Gênesis é um relato da criação do mundo por Deus, que fala e ordena tudo à existência. Ele mostra a soberania, a sabedoria e a bondade de Deus, que cria o mundo com ordem, beleza e harmonia. Ele também revela o propósito de Deus para a humanidade, que é feita à sua imagem e semelhança.
Indicam uma intenção deliberada de João de fazer uma conexão entre os dois textos. Algumas dessas similaridades são:
“ ¹ No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. ² Ele estava no princípio com Deus. ³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. “ João 1:1-3
Em Gênesis, essa palavra é expressa pelo comando “Haja…” que produz cada elemento da criação (Gn 1:3-25).
Ambos destacam a importância da luz como um símbolo da vida, da ordem e da bondade de Deus. Em João, Jesus é chamado de “a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo” (Jo 1:9). Em Gênesis, a luz é a primeira coisa que Deus cria e separa das trevas (Gn 1:3-5).
Ambos mostram a relação especial entre Deus e a humanidade, que é criada por ele e para ele.
Em Gênesis, Deus faz o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, e lhes dá domínio sobre a terra (mundo, não sobre os outros homens) (Gn 1:26-28).
João enfatiza essas similaridades, porque quer mostrar que Jesus é o cumprimento da promessa de Deus desde a criação. Ele queria mostrar que Jesus é o novo começo para a humanidade, que estava perdida no pecado e nas trevas. Ele queria mostrar que Jesus é a fonte da verdadeira vida, luz e graça para todos os que nele creem.
“⁸ Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz, ⁹ a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. ” João 1:8-9
Nesses versículos, João Batista é mencionado como aquele que veio para dar testemunho da luz, referindo-se a Jesus. João Batista não é a própria luz, mas seu propósito era testemunhar e apontar para a verdadeira luz que é Jesus, a qual traz iluminação espiritual a todos.
“¹⁰ O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. ¹¹ Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. João 1:10-11
¹² Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; ¹³ os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” João 1:12-13
“14 E o Verbo se fez carne e habitou (tabernáculou) entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. 15 João testemunha dele e exclama: ‘Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim.’ 16 Todos nós recebemos da sua plenitude, graça sobre graça. 17 Pois a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.” João 14-18
Aplicações:
“No primeiro mês do segundo ano, no primeiro dia do mês, se levantou o tabernáculo. Moisés levantou o tabernáculo, e pôs as suas bases, e armou as suas tábuas, e meteu, nele, as suas vergas, e levantou as suas colunas; estendeu a tenda sobre o tabernáculo e pôs a coberta da tenda por cima, segundo o Senhor ordenara a Moisés.” Êxodo 40:17-19
Em Resumo: João 1:14-18 destaca a encarnação de Jesus, sua graça e verdade, o testemunho de João Batista, a relação entre a Lei e a graça, e a importância de Jesus como revelador de Deus. Esses versículos nos incentivam a reconhecer a presença de Deus em Jesus e a receber a graça e a verdade que Ele oferece.
“E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?” João 1:19
Neste versículo, João Batista está sendo questionado por sacerdotes e levitas enviados por líderes religiosos de Jerusalém. Eles estão interessados em saber quem exatamente João é e qual é a natureza de sua atividade.
“Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. Perguntaram-lhe: Quem és, então? És Elias? Respondeu: Não sou. És tu o Profeta? E ele disse: Não.” João 1:20-21
João Batista responde claramente que ele NÃO é o Cristo (o Messias esperado). Os questionadores então especulam se ele é Elias ou o Profeta prometido. João nega ser Elias ou o Profeta.
“Disseram-lhe, pois: Quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?”João 1:21-22
Os questionadores continuam pressionando João para que ele revele sua identidade, pois eles precisam relatar de volta àqueles que os enviaram.
“Ele disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.”João 1:23
João Batista responde citando o profeta Isaías (Isaías 40:3), afirmando que ele é a voz que clama no deserto, preparando o caminho para o Senhor. Ele está cumprindo o papel de precursor, anunciando a vinda do Messias.
“E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.” João 1:24
Aqui, é mencionado que aqueles que questionam João Batista são fariseus, um grupo religioso judaico conhecido por sua aderência estrita à Lei e às tradições.
“E perguntaram-lhe e disseram-lhe: Por que batizas, então, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?”João 1:25
Os fariseus estão intrigados com o batismo de João, uma prática de purificação que normalmente estava associada a rituais religiosos ou ao ingresso em um novo movimento espiritual.
“Respondeu-lhes João, dizendo: Eu batizo com água; no meio de vós está um a quem vós não conheceis.” João 1:26
João explica que seu batismo é com água e aponta para alguém no meio deles que eles não reconhecem, referindo-se a Jesus, o Messias, que está prestes a se revelar.
“Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.” João 1:27
João declara a superioridade de Jesus, afirmando que Jesus é aquele que veio depois dele, mas é também anterior a ele. Isso ressalta a natureza divina de Jesus. A referência à correia da alparca enfatiza a humildade de João em relação a Jesus.
“Isto aconteceu em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.” João 1:28
O texto conclui explicando o contexto geográfico da narrativa, informando que esses eventos ocorreram em Betânia, além do Jordão, onde João Batista estava realizando batismos.
Aplicações:
Em resumo, João 1:19-28 retrata a interação entre João Batista e os fariseus, destacando a identidade de Jesus, a humildade de João, a importância de preparar o caminho para Cristo e a necessidade de reconhecê-Lo como o Messias e o Salvador.
“No dia seguinte, João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque já existia antes de mim.” João 1:29
Nesses versículos, João Batista testemunha a chegada de Jesus. Ele identifica Jesus como o “Cordeiro de Deus” que remove o pecado do mundo e reafirma que Jesus é aquele que existia antes dele e é superior a ele.
Aplicações:
“Eu não o conhecia, mas foi para que ele fosse revelado a Israel que vim, por isso vim batizando com água.” João 1:31
João Batista afirma que ele não conhecia Jesus pessoalmente, mas veio batizar com água para que Jesus pudesse ser revelado a Israel.
Aplicações:
“E João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e permanecer sobre ele. E eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus.” João 32-34
João Batista testemunha que ele viu o Espírito Santo descer do céu sobre Jesus como uma pomba, conforme Deus havia revelado a ele. Ele confirma que Jesus é o Filho de Deus e aquele que batiza com o Espírito Santo.
Aplicações:
João Batista é uma figura importante no Novo Testamento, é citado nos 4 Evangelhos, como precursor de Jesus Cristo.
“Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apaga.” Mateus 3:11-12
João Batista foi um profeta que preparou o caminho para o ministério do Senhor Jesus e foi o último entre todos que anunciaram a vinda do Messias. Ele é chamado de “arauto do Messias”1. João Batista nasceu em aproximadamente 7 a.C. Ele era filho de um casal idoso de família sacerdotal, Zacarias e Isabel1. Sua mãe era parente de Maria, a mãe de Jesus1. João anunciava a vinda do Messias, o Cristo, como juiz2. O Messias batizaria “com o Espírito Santo e fogo”, e o batismo dele, João, era apenas preparatório2. João reconheceu Jesus como o Messias anunciado2 para os que o procurava.
João Batista pregava o “batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (Lucas 3:3). Todos os evangelistas concordam sobre isso (Mateus 3:6-10; Marcos 1:4-5; Lucas 3:3-14). Portanto, reconhecemos o batismo nas águas como símbolo do nosso redirecionamento na vida. João é o cumprimento da promessa descrita em Isaías, livro que pertence ao Velho Testamento, conhecido e estudado pelos judeus.
“³ Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. ⁴ Todo vale será aterrado, e nivelados, todos os montes e outeiros; o que é tortuoso será retificado, e os lugares escabrosos, aplanados. ⁵ A glória do Senhor se manifestará, e toda a carne a verá, pois a boca do Senhor o disse.” Isaías 40:3-5
Jesus iniciou sua missão evangelizadora somente após ter sido ele próprio batizado pelo primo nas águas do Rio Jordão4. Para muitos, João Batista é exaltado como o maior dos profetas.
“³⁸ E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras? ³⁹ Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima. ⁴⁰ Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido. “ João 1:38-40
Em Resumo: João 1:29-34 retrata o testemunho de João Batista sobre Jesus, identificando-o como o Cordeiro de Deus, destacando sua missão de tirar o pecado do mundo, e reconhecendo sua divindade como Filho de Deus que batiza com o Espírito Santo. As aplicações nos incentivam a reconhecer a redenção que Jesus oferece, testemunhar sobre ele e aceitar sua identidade como o Filho de Deus e nosso Salvador.
“Um dos dois que ouviram João e o seguiram era André, irmão de Simão Pedro. Ele achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).” João 40-42André, um dos discípulos de João, encontra seu irmão Simão (Pedro) e o apresenta a Jesus. Jesus antecipa o futuro de Pedro ao lhe dar o nome “Cefas” (Pedro).
Aplicações:“No dia seguinte, Jesus decidiu partir para a Galileia. Encontrou Filipe e disse-lhe: ‘Siga-me’. Filipe, como André e Pedro, era de Betsaida.” João 43-44
Nesses versículos, Jesus encontra Filipe e o chama para segui-lo. Filipe é natural de Betsaida, assim como André e Pedro.
Aplicações:
“Filipe encontrou Natanael e lhe disse: ‘Achamos aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José’. Disse Natanael: ‘Pode vir algo bom de Nazaré?’ ‘Venha e veja’, disse Filipe.” João 1:47-48
Filipe encontra Natanael e compartilha sobre Jesus de Nazaré, mencionando que Ele é o cumprimento das escrituras. Natanael expressa ceticismo sobre Jesus ser de Nazaré.
Aplicações:
“Vendo Natanael se aproximando, disse dele Jesus: ‘Aí vem um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade’. Perguntou-lhe Natanael: ‘De onde me conheces?’ Respondeu-lhe Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi’.” João 47-48
Quando Natanael se aproxima, Jesus o elogia, reconhecendo sua sinceridade. Natanael fica surpreso com o conhecimento de Jesus sobre ele.
Aplicações:
“Respondeu-lhe Natanael: ‘Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel’. Disse-lhe Jesus: ‘Você crê porque eu disse que vi você debaixo da figueira? Você verá coisas maiores do que essas’. E disse-lhe: ‘Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’.” João 49-50
Natanael faz uma confissão de fé, reconhecendo Jesus como o Filho de Deus e o Rei de Israel. Jesus elogia a fé de Natanael e antecipa sinais maiores.
Aplicações:
Aplicações Gerais:
Em resumo: João 1:43-51 apresenta o chamado de Jesus a Filipe, o encontro entre Filipe, Natanael e Jesus, bem como a confissão de fé de Natanael. Essa narrativa nos ensina sobre seguir o chamado de Jesus, compartilhar nossa fé, reconhecer Sua divindade e buscar um relacionamento íntimo com Ele.