“(11) E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galileia; (12) e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. (13) E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! (14) E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. (15) E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. (16) E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. (17) E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? (18) Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? (19) E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”
Dos evangelhos, somente Lucas descreve essa passagem, não porque ela não tenha muitos ensinamentos, pelo contrário, podemos tirar muitas lições nesses poucos versículos. Lucas aprofundou mais em sua pesquisa e faz questão de mostrar Jesus com Homem e deixar explicito o seu amor cobria também os estrangeiros, porque o seu público-alvo do evangelho é o gentios, ele escrevia para Onésimo, um grego convertido.
Jesus curou vários leprosos, mas nessa situação cura 10 pessoas de longe, sem precisar tocá-los.
Eram 10 homens, sabemos que pelo menos 1 era samaritano e os demais judeus. Depois da sentença de morte, não interessa mais a raça, o infortúnio do sofrimento é tão grande. Os excluídos se apoiavam. Depois de contaminado, só podiam se aproximar de contaminados.
Jesus estava indo para Jerusalém, Ele sabia que seu martírio se aproximava. Judeus e Samaritanos não se entendiam, então Eles e os discípulos caminhavam pela divisa entre a Samaria e a Galileia. Em João 4, ele descreve o encontro de Jesus com uma mulher samaritana. Ela o reconhece como salvador e Jesus a salva, ela faz questão de falar sobre Jesus para todos os que a desprezavam e vários se convertem.
Receber o diagnóstico de Lepra, era uma condenação a uma morte lenta, com muito, muito sofrimento. A Bíblia descreve vários casos de pessoas com Lepra. Formam feridas pelo corpo e as extremidades, como os dedos e pés chegavam a ponto da amputação. Cartilagem como Nariz e Orelha ficavam deformados com os ferimentos.
Leprosos procuravam por cura e o único que podia oferecer era Jesus. A lepra, na época era incurável, e quem a contraísse devia viver isolado, para evitar a contaminação dos demais.
Passamos por um Pandemia, a pouco, e o vírus do COVID, contaminava através de uma pequena partícula de saliva compartilhada. Se essa cai na mão e coçamos o nariz, boca ou olhos, o vírus alcança a corrente sanguínea e logo começa a se multiplicar. Hoje temos a medicina muito avançada, trabalhando em equipes mundiais, logo conseguimos uma vacina.
Lembrando que na época a Lepra não tinha cura e nem tratamento. Todos tinham muito medo de serem contaminados. Imagine o sofrimento, era uma sentença de morte a longo prazo, onde o doente não tinha acesso a recurso algum, não tinha hospital, médico, enfermeira, nem medicamentos para curarem as suas feridas. Nem a própria família tinha coragem de tratá-los. Os contaminados eram expulsos, excluídos da sociedade. Imagine-se acordar com uma mancha no braço, tocá-la e não sentir nada, a pele perde a sensibilidade. Olhar para sua família e ter que ir até o sacerdote, sabendo que não poderia voltar, nem para se despedir. Como conseguiria sustento, sem poder trabalhar? Como sua família teria sustento, sem o pai para trabalhar? O COVID contaminava durante 5 dias, levou muitos a mortes, a Lepra era pra sempre.
Hoje a Lepra é chamada de Hanseníase, e existe tratamento eficaz. Os pacientes não precisam ficar mais longe da família, em leprosários (hospitais que só tratavam leprosos, no Brasil existiram vários), porque começado o tratamento não há mais contaminação. Quanto antes iniciar, menor as lesões, que também vão ser tratadas com medicamentos específicos, evitando a perda de membros.
10 leprosos, vivendo junto, deviam estar escondido em alguma caverna. Como vimos a cima, imaginemos que um cuidava das feridas dos outros. Os parecidos se atraem, o mesmo com os contaminados, vistos como impuros.
Então ouviram falar de um homem, vindo de Nazaré, seguido por multidões, curavam cegos, paralíticos, cochos e leprosos, a esperança de cura contamina seus corações de alegria! Eles correm para encontrá-los, uma ajudando o outro que estava em estado mais avançado da doença. Gritam de longe, com toda força que lhes retavam e não se aproximam.
(13) E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós!
Com que força você gritaria por misericórdia? Se visse o único que podia curá-lo.
Mestre significa “comandante supremo”, Eles criam que Jesus era um homem enviado por Deus. (Em Lucas 5:5, Pedro usa essa mesma palavra).
Pedir por Misericórdia, é pedir, para serem tirados da humilhação que viviam, mesmo sabendo que não mereciam. Eu não mereço, mas me cura!
(12) e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe.
Eles gritavam de longe, seguiam a lei, não podiam se aproximar. E Jesus, “vendo-os”, ele não os vê como os leprosos impuros, vê como humanos pecadores que precisam serem curados, e lhes oferecem a oportunidade de refazerem suas vidas, o mesmo de deixarem a condenação da morte lenta e solitária e voltarem a vida junto a sociedade. Jesus não precisa se aproximar, só lhes ordena a procurarem o sacerdote para comprovarem a cura. Ele não os cura, eles são curados durante a caminhada. É uma prova de fé? Fé é crer que vai acontecer, antes de acontecer. Eles creram na cura.
Você em uma situação grave essa, consegue crer que vai ser curado, mesmo com os médicos dizendo o contrário? E se ele fosse até o sacerdote e suas feridas continuassem! Jesus não estaria mais por perto! Os 10 leprosos obedeceram, não sabemos se tiveram dúvidas, mas obedeceram.
E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.
Não sabemos quantos eles andaram até serem curados, mas sabemos que foram e que suas feridas cicatrizaram, suas cartilagens foram refeitas, acredito que nem ficaram com cicatrizes, porque Jesus faz a obra por completo.
Imagine a alegria, eles comemorando, queriam ver o sacerdote o mais rápido possível, fazer o que fosse necessário e voltar para a família que a tanto tempo não viam. A saudade os consumiam, tanto quanto a lepra. Eles correram, correram com toda a força, agora estavam restaurados, a força tinha voltado, a humilhação era coisa do passado. Não transmitiam mais, agora poderiam abraçar e serem abraçados.
(15) E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. (16) E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.
Um olhou para as mãos, para os pés e viu suas feridas saradas. Apalpou o rosto e sentiu por toque que seu rosto estava refeito. Foi tomado de tamanha alegria. Viu amigos correndo, mas seu coração queimava de gratidão, ele tinha que voltar e agradecer ao único que se compadecera dele. Jesus, não os rejeitara como todos os outros, Ele não tinha medo de ser contaminado, pelo contrário ele atendeu o seu pedido, e teve misericórdia. Ele voltou, não sabemos quantos metros, kilometros, para ver Jesus, o seu Mestre. “caiu aos seus pés com o rosto em terra”. Esse homem já devia ter caído várias vezes, em consequência dos seus ferimentos, mas agora, ele sentia grande alegria em poder se prostrar aos pés daquele que mudara o rumo da sua vida e ele nem imaginava o quanto mudaria.
(19) E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”
Jesus vai além, já tinha curado as chagas do seu corpo, agora lhe oferece cura para a alma. Jesus não liga para aparência, ele vê o coração, viu a sua fé, a sua gratidão, e lhe oferece o maior dos presentes, a salvação eterna. É muito mais do que ele pediu. Jesus lhe dá o direito de ser considerado, filho adotivo de Deus, seus pecados foram lavados pelo sangue de Jesus, quando Ele morresse. A partir daquele momento, o leproso samaritano, morreria como homem, mais seu espírito viverá eternamente na companhia do Pai, do Filho e do Espírito Santo e os demais escolhidos por toda a eternidade.
Será que voltaríamos para agradecer? Será que somos realmente grato por tudo que Jesus fez e faz por nós? É difícil de imaginar, mas se Jesus não fizesse mais nada, além de morrer na cruz e nos tirar do poço de perdição que vivíamos, já seria o suficiente para nos prostrarmos e agradecê-lo diariamente, mesmo assim não somos dignos, mas o amor e a graça de Jesus vão além, é independente da nossa gratidão, independente do que fazemos ou deixamos de fazer, e do nosso sofrimento, Ele escolheu salvar pecadores, sabendo da nossa ingratidão. Logo ele voltaria para o Pai, para o seu Trono, para preparar a nossa morada celestial, ainda nos deixa o Espírito Santo, porque sabia das nossas limitações. Habitando em nós, nos ensinando o caminho diário, O Espírito Santo ora por nós, porque não sabemos nem orar direito, nem sabemos o que realmente o que é bom. Um dia, não sabemos quando, Ele vai voltar para buscar o seus.
Um coração alegre, aformoseia o rosto. Gratidão nos traz alegria. Quando temos o hábito de sermos gratos, de vigiar nossos corações, corrigindo a amargura causadas por situações difíceis em gratidão, a vida fica mais fácil. Deus nem sempre vai agir como queremos, nossa saúde nem sempre estará 100%, sabemos que nesse mundo, teremos aflições e devemos ser gratos até quando dói, até quando estamos a eminência da nossa morte ou mais difícil, da notícia da morte de um dos familiares, mesmo assim, devemos agradecer a Deus. É fácil, não! Devemos nos esforçar mesmo assim.
Aprenda de cor, cânticos de agradecimento e cante meditando na letra, trazendo a memória o que Deus tem feito de bom. Decore versículos e escreva-os em papeizinhos e cole em lugares que você passa várias vezes durante o dia, logo vai decorar, relembre sempre que perceber ingratidão tomando lugar no coração.