
É marcado pela história da mulher pega em adultério, onde Jesus demonstra Sua compaixão e ensina sobre o perdão. Além disso, o capítulo contém debates entre Jesus e os líderes religiosos, onde Ele revela Sua divindade. Destacam-se as palavras de Jesus: “Eu sou a luz do mundo” e “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” O capítulo encerra com Jesus afirmando Sua pré-existência antes de Abraão. Em resumo, João 8 enfoca a graça, a verdade e a divindade de Jesus, contrastando com a dureza dos corações dos líderes religiosos.
“¹ Jesus, entretanto, foi para o monte das Oliveiras.
² De madrugada, voltou novamente para o templo, e todo o povo ia ter com ele; e, assentado, os ensinava.
³ Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos,
⁴ disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério.
⁵ E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes?
⁶ Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo.
⁷ Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.
⁸ E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
⁹ Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.
¹⁰ Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
¹¹ Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.”
Jesus viu-se novamente em conflito com os líderes religiosos judeus; dessa vez, porém, prepararam uma armadilha para ele na esperança de conseguir provas suficientes para prendê-lo e se livrar dele. Sua conspiração não deu certo, mas foi seguida de uma controvérsia. Neste capítulo, há uma série de contrastes que revelam a bondade de Cristo e a perversidade humana.
A Festa dos Tabernáculos terminara, mas Jesus aproveitou a oportunidade para ministrar aos peregrinos que se encontravam no templo. Durante a festa, a notícia espalhouse rapidamente: Jesus não apenas freqüentava o templo, como ensinava publicamente
naquele local (ver Lc 21:37), no pátio das mulheres, onde ficava a tesouraria do templo (Jo 8:20). Os escribas e fariseus sabiam onde ele estaria, de modo que se uniram para tramar contra ele.
Dificilmente um casal era pego no ato de adultério. Imaginamos se o homem (que, em momento algum, foi acusado!) fazia parte da conspiração. De acordo com a Lei, ambas as partes culpadas deveriam ser apedrejadas (Lv 20:10; Dt 22:22) e não apenas a mulher. E um tanto suspeito que o homem tenha sido liberado. Os escribas e fariseus trataram a questão de maneira brutal, interrompendo Jesus enquanto ensinava e empurrando a mulher para o meio do povo. É evidente que os líderes judeus tentavam
colocar Jesus em uma situação sem saída. Se ele dissesse que a mulher deveria ser apedrejada, perderia sua reputação de “amigo dos publicanos e pecadores“. Sem dúvida, o povo o abandonaria e não aceitaria sua mensagem bondosa de perdão.
Mas, se dissesse que a mulher não deveria ser apedrejada, estaria transgredindo a Lei abertamente e poderia ser preso. Em mais de uma ocasião, os líderes religiosos tentaram jogar Jesus contra Moisés e, nessa situação, pareciam ter encontrado uma provocação perfeita (ver Jo 5:39-47; 6:32ss; 7:40ss).
Em vez de julgar a mulher, Jesus julgou os juizes! Certamente se indignou com a maneira como a trataram e com o fato de esses hipócritas condenarem outra pessoa em lugar de julgarem a si mesmos. Não sabemos o que estava escrevendo no chão de terra do templo. Será que simplesmente lembrava àqueles homens que os Dez Mandamentos haviam sido escritos “pelo dedo de Deus” (Êx 31:18), e que ele era Deus? Ou, quem sabe, os lembrava da advertência em Jeremias 1 7:13
De acordo com a Lei judaica, os acusadores deveriam atirar as primeiras pedras (Dt 1 7:7). Jesus não pedia que homens sem pecado julgassem a mulher, pois ele era a única Pessoa sem pecado ali presente. Se nossos juizes tivessem de ser perfeitos, os bancos dos tribunais estariam vazios. Antes se referia ao pecado específico da mulher, que poderia ser cometido tanto com o corpo quanto com o coração (Mt 5:27-30). Condenados pela própria consciência, os acusadores saíram de cena em silêncio, deixando Jesus a sós com a mulher. Ele a perdoou e advertiu a que não pecasse mais (Jo 5:14).
Não se deve interpretar esse acontecimento como um exemplo de que Jesus não tratava o pecado com rigor ou de que desrespeitava a Lei. A fim de perdoar essa mulher, um dia Jesus teve de morrer por seus pecados. Além disso, Jesus cumpriu a Lei com tanto zelo que ninguém pôde acusá-lo justificadamente de opor-se a seus ensinamentos nem de menosprezar seu poder. Ao aplicar a Lei à mulher e não a si mesmos, os líderes judeus transgrediam tanto a letra quanto o espírito da Lei – e pensavam estar defendendo Moisés!
A Lei foi dada para revelar o pecado (Rm 3:20), e é preciso ser condenado pela Lei antes de ser purificado pela graça de Deus. A Lei e a graça são complementares, não concorrentes. Ninguém jamais foi salvo por guardar a Lei, mas ninguém foi salvo pela graça sem que antes tivesse sido convencido de seus pecados pela Lei. Antes de haver conversão, é preciso haver convicção da culpa.
O perdão de Cristo em sua graça também não é uma desculpa para pecar. Sua ordem foi: “Vai e não peques mais”. “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (SI 130:4). Essa experiência do perdão repleto de graça deve servir de motivação para o pecador penitente viver em santidade e em obediência para a glória de Deus.
RESUMO: é um poderoso relato que ilustra o amor e a graça de Jesus, desafiando a hipocrisia e ensinando sobre o perdão. Ele nos lembra da importância da compaixão, da autocrítica e do arrependimento em nossa jornada espiritual.
Essas aplicações nos desafiam a vivermos de acordo com os princípios do amor, compaixão e perdão de Jesus, ajudando-nos a crescer espiritualmente e a construir relacionamentos mais saudáveis e edificantes com os outros.
“¹² De novo, lhes falava Jesus, dizendo: EU SOU a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
¹³ Então, lhe objetaram os fariseus: Tu dás testemunho de Ti mesmo; logo, o teu testemunho não é verdadeiro.
¹⁴ Respondeu Jesus e disse-lhes: Posto que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou.
¹⁵ Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo.
¹⁶ Se eu julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou.
¹⁷ Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro.
¹⁸ Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim.
¹⁹ Então, eles lhe perguntaram: Onde está teu Pai? Respondeu Jesus: Não me conheceis a mim nem a meu Pai; se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
²⁰ Proferiu ele estas palavras no lugar do gazofilácio, quando ensinava no templo; e ninguém o prendeu, porque não era ainda chegada a sua hora.”
A segunda grande declaração “Eu Sou” por certo se encaixa no contexto dos onze versículos de João 8. Talvez o Sol estivesse surgindo no horizonte (Jo 8:2), de modo que Jesus comparou-se com o Sol nascente. No entanto, isso significaria que, mais uma vez, afirmava ser Deus, pois para o povo de Israel, o Sol era um símbolo do Deus Jeová (SI 84:11; Ml 4:2). Nosso sistema possui somente um Sol, o centro e a fonte de toda a sua vida (Jo 1:4). “Deus é luz” (1 Jo 1:5), e onde quer que a luz brilhe, revela a perversidade humana (Ef 5:8-14).
A declaração “Eu Sou” de Jesus também se relacionava à Festa dos Tabernáculos, durante a qual os candelabros enormes do
templo eram acesos para lembrar o povo da coluna de fogo que havia guiado Israel no deserto. Na verdade, João combina três “imagens do deserto”: o maná (Jo 6), a água da rocha (Jo 7) e a coluna de fogo (Jo 8).
“Seguir” ao Senhor Jesus significa crer e confiar nele, uma fé que redunda em vida e luz para o cristão. Os que não crêem andam em trevas, pois amam as trevas (Jo 3:17ss). Uma das mensagens mais importantes do Evangelho é que a luz espiritual brilha, mas as pessoas não são capazes de compreendê-la e tentam apagá-la (Jo 1:4, 5).
Depois que a mulher partiu, tudo indica que outro grupo de líderes judeus apareceu e, como de costume, discutiu com Jesus. Dessa vez, acusaram-no de dar testemunho de si mesmo, afirmando ser a Luz do mundo, sendo que os tribunais de Israel não permitiam que se testemunhasse de si mesmo.
Mas a luz precisa testemunhar de si mesma! Os únicos que não conseguem vê-la são os cegos. A luz dá testemunho de si mesma e revela que está presente. Talvez os fariseus estivessem citando as palavras do próprio Jesus (ver Jo 5:31 ss); mas, mais que depressa, o Senhor refutou aquela argumentação. Uma das palavras-chave dessa seção é testemunho. Jesus deixou claro que o testemunho deles não era confiável, pois seu discernimento era falho. Seu julgamento tinha base em coisas externas e era apenas humano; mas o julgamento dele tinha base em conhecimento espiritual. A maneira de julgarem a mulher pega em adultério comprovou que não entendiam nem a Lei e nem o próprio coração pecaminoso. Uma vez que desejavam usar a Lei para condenar a mulher e pegar Jesus numa armadilha, Jesus também usou a Lei para lhes responder. Citou um princípio encontrado em Deuteronômio 17:6 e 19:15, e também em Números 35:30, segundo o qual era preciso que dois homens dessem testemunho para validar um julgamento.
Jesus tinha essas duas testemunhas: e/e próprio deu testemunho e também seu Pai. Vemos em João 5:37-47 que o testemunho do Pai encontrase na Palavra de Deus. Que tristeza esses grandes estudiosos da Lei não serem capazes de reconhecer o Messias que se encontrava bem diante deles! Diziam conhecer a Lei de Deus, mas não conheciam o Deus da Lei. A Palavra não habitava no coração deles (Jo 5:38) nem haviam experimentado seu amor (Jo 5:42). Não conheciam o Pai e, portanto, não sabiam quem era o Filho. Na verdade, Jesus nunca chegou a responder à sua pergunta: “Onde está teu Pai?” O termo pai é usado treze vezes neste capítulo, indicando que, em vez de evitar a questão, Jesus tratou-a com honestidade.
Sabia que o “pai” deles não era Deus, mas sim o diabo! Apesar de muito religiosos, esses homens eram filhos do diabo! A outra tentativa de prender Jesus foi frustrada pelo Pai, pois ainda não era chegada a hora de Cristo entregar sua vida. Quando o servo de Deus está dentro da vontade divina, tem coragem e paz ao realizar sua obra.
Claro, o texto de João 8:12-20 contém ensinamentos importantes de Jesus e oferece várias aplicações para nossa vida.
Essas nos ajudam a entender a importância das palavras de Jesus em João 8:12-20 e como podemos aplicá-las em nossa jornada espiritual e em nosso relacionamento com Deus e com os outros. Aqui estão algumas delas:
1. Jesus, a Luz do Mundo (João 8:12): Assim como Jesus se proclamou a “Luz do Mundo”, podemos aplicar isso reconhecendo que Ele é a fonte de orientação espiritual em nossas vidas. Devemos buscar Sua luz para iluminar nossos caminhos e nos afastar das trevas espirituais.
2. Seguir a Jesus (João 8:12): Jesus nos chama para segui-Lo. Isso implica em confiar em Sua orientação, seguir Seu exemplo de amor e serviço e permitir que Ele guie nossas vidas.
3. Não Andar em Trevas (João 8:12): Como seguidores de Jesus, somos chamados a viver em Sua luz e a evitar caminhos de pecado e escuridão espiritual. Devemos buscar viver de acordo com os princípios e valores do Evangelho.
4. Prestar Testemunho (João 8:13) Jesus enfatiza a importância de ter testemunhas confiáveis. Em nossa vida, devemos ser testemunhas fiéis de Cristo por meio de nossas palavras e ações, compartilhando Sua verdade e amor com os outros.
5. Confrontar a Incredulidade (João 8:14) Jesus enfrentou a incredulidade dos fariseus. Da mesma forma, podemos encontrar pessoas que duvidam de nossa fé. Devemos estar preparados para responder com paciência, amor e evidências da obra de Deus em nossas vidas.
6. O Pai e o Filho (João 8:16-18): Jesus destaca a importância de Seu relacionamento com o Pai. Isso nos lembra da Trindade e da união entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Podemos aplicar isso reconhecendo a profundidade do relacionamento de Deus conosco e a importância de nossa comunhão com Ele.
7. Buscar a Glória de Deus (João 8:50): Jesus menciona buscar a glória de Deus e não a Sua própria. Isso nos lembra que nossa vida deve ser direcionada para a glória de Deus, buscando Sua vontade e não a nossa própria promoção ou reconhecimento.
8. Obedecer à Palavra de Jesus (João 8:51): Jesus enfatiza a importância da obediência à Sua palavra. Devemos aplicar isso em nossa vida, buscando viver de acordo com os ensinamentos e os princípios que Ele nos deixou nas Escrituras.
²¹ De outra feita, lhes falou, dizendo: Vou retirar-me, e vós me procurareis, mas perecereis no vosso pecado; para onde eu vou vós não podeis ir.
²² Então, diziam os judeus: Terá ele, acaso, a intenção de suicidar-se? Porque diz: Para onde eu vou vós não podeis ir.
²³ E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou.
²⁴ Por isso, eu vos disse que morrereis nos vossos pecados; porque, se não crerdes que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados.
²⁵ Então, lhe perguntaram: Quem és tu? Respondeu-lhes Jesus: Que é que desde o princípio vos tenho dito?
²⁶ Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo.
²⁷ Eles, porém, não atinaram que lhes falava do Pai.
²⁸ Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que Eu Sou e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.
²⁹ E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada.
³⁰ Ditas estas coisas, muitos creram nele.
Jesus já havia mencionado que os deixaria (Jo 7:34), mas os judeus haviam interpretado essa declaração equivocadamente. Assim, Jesus advertiu-os, mais uma vez: ele os deixaria, não poderiam segui-lo e, por isso, morreriam em seus pecados! Em lugar de crer, ao discutir com Jesus, desperdiçavam as oportunidades concedidas por Deus, e, muito em breve, essas oportunidades se esgotariam.
Mais uma vez, o povo não entendeu seus ensinamentos e pensou que Jesus planejava matar-se! O suicídio era um ato bominável
para os israelitas, pois eram ensinados a honrar a vida. Se Jesus cometesse suicídio, seria enviado a um lugar de julgamento, o que, para eles, explicava por que não podiam segui-lo.
Na verdade, era justamente o contrário; eles estavam a caminho de um lugar de julgamento! jesus voltava para o Pai no céu, e
ninguém que não tivesse crido no Salvador seria capaz de acompanhá-lo. Jesus e os líderes dos judeus rumavam para lugares diferentes, pois vinham de origens diferentes: Jesus veio do céu, enquanto eles pertenciam à Terra. Jesus estava no mundo, mas não pertencia ao mundo (ver Jo 17:14-16).
O verdadeiro cristão é um cidadão do céu (Lc 10:20; Fp 3:20, 21). Sua afeição e atenção estão voltadas para o alto. Os que não
são salvos, porém, pertencem a este mundo. Aliás, Jesus os chamou de “filhos do mundo” (Lc 16:8). Uma vez que não creram em
Cristo e que seus pecados não foram perdoados, estão fadados a morrer em suas transgressões. Os cristãos “morrem no Senhor” (Ap 14:13), pois vivem no Senhor; os incrédulos morrem em seus pecados, pois vivem em seus pecados. É inacreditável que alguns desses “eruditos” religiosos tenham perguntado a Jesus: “Quem és tu?” Ele lhes mostrara de inúmeras formas que era o Filho de Deus, mas rejeitaram suas evidências. A resposta de Jesus pode significar: “sou exatamente o que digo ser!” Em outras palavras: “por que devo lhes ensinar coisas novas ou lhes apresentar novas evidências quando nem sequer consideraram
com sinceridade o testemunho que já lhes dei?” Jesus afirmou sua divindade com grande ousadia em várias ocasiões (Jo 8:26).
Declarou que julgaria e, para os judeus, o julgamento pertencia somente a Deus. Afirmou que havia sido enviado por Deus e que
ouvira de Deus as coisas que ensinava. Qual foi a reação dos líderes a essas declarações de divindade? Não entenderam! Deus revela sua verdade aos “pequeninos”, não “aos sábios e instruídos” (Lc 10:21).
Então, Jesus falou sobre a própria morte, quando seria “levantado” na cruz (Jo 3:14; 12:32). O verbo traduzido por “levantar” tem
duplo sentido: “levantar na crucificação” e “levantar em exaltação e glorificação”. Jesus combinava esses dois significados com freqüência, pois via sua crucificação em termos de glória, não apenas de sofrimento (Jo 12:23; 13:30, 31; 17:1). A mesma combinação de sofrimento e de glória é repetida na Primeira Epístola de Pedro. Jesus se revelaria à nação de Israel em sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão.
Foi essa a mensagem que Pedro pregou em Pentecostes (At 2), não se atendo à morte de Cristo, mas falando de sua ressurreição
e exaltação à glória. Até mesmo um soldado romano, observando os acontecimentos no Gólgota, confessou: “Verdadeiramente,
este homem era o Filho de Deus” (Mc 15:39). Seguindo o exemplo de Cristo (Lc 24:25-27), a Igreja primitiva mostrou, conforme as profecias do Antigo Testamento, tanto os sofrimentos quanto as glórias do Messias.
Jesus fez mais duas declarações extraordinárias: não apenas havia sido enviado pelo Pai, mas também o Pai estava com ele, pois sempre fazia o que agradava o Pai (Jo 8:29). Sem dúvida, os inimigos reagiram energicamente a essas palavras, mas alguns dos ouvintes creram nele. Não se pode dizer ao certo se foi a verdadeira fé salvadora (ver Jo 2:23-25), mas, a julgar pelo modo como Jesus lhes falou, estavam conscientes de sua decisão. A salvação é uma questão de vida ou morte. Quem vive em pecado e rejeita o Salvador morre em seus pecados. Não existe alternativa. Ou recebemos a salvação pela graça ou experimentamos a condenação sob a Lei de Deus. Ou andamos na luz e temos a vida eterna, ou andamos em trevas e experimentamos a morte eterna.
O texto de João 8:21-30 contém ensinamentos importantes de Jesus sobre Sua origem divina e a necessidade de crer Nele como o Messias. Essas aplicações nos ajudam a entender os ensinamentos de Jesus em João 8:21-30 e a importância de crer Nele como o Messias e Salvador, buscando a glória de Deus e vivendo em obediência aos Seus ensinamentos.
1. A Importância da Fé em Jesus (João 8:24): Jesus enfatiza a importância de crer Nele como o “Eu Sou”. A aplicação aqui é que a fé em Jesus como o Messias e Salvador é fundamental para a salvação. Devemos crer nEle para receber a vida eterna.
2. Reconhecendo a Divindade de Jesus (João 8:28): Jesus afirma Sua origem divina, dizendo que falou o que ouviu do Pai. Isso nos lembra da divindade de Cristo e Sua autoridade divina. Devemos reconhecer e adorar Jesus como Deus encarnado.
3. A Necessidade de Obediência (João 8:29): Jesus afirma que sempre faz o que é agradável ao Pai. Isso destaca a importância da obediência aos mandamentos de Deus em nossa vida. Devemos buscar agradar a Deus por meio de nossa obediência a Seus ensinamentos.
4. Buscar a Glória de Deus (João 8:30): O versículo final deste trecho menciona que muitos creram em Jesus. Isso nos lembra que a missão de Jesus é revelar a glória de Deus e atrair as pessoas a Deus. Devemos buscar a glória de Deus em nossa vida, refletindo Sua luz para os outros.
5. Rejeição e Aceitação (João 8:21-22): Jesus fala sobre Sua partida, referindo-se à Sua morte e ascensão. Algumas pessoas O rejeitaram, mas outras creram. Isso nos lembra que a mensagem de Jesus será rejeitada por alguns, mas é essencial compartilhá-la com amor e persistência.
6. Conhecimento e Discernimento Espiritual (João 8:23): O texto de João 8:21-30 contém ensinamentos importantes de Jesus sobre Sua origem divina e a necessidade de crer Nele como o Messias. Aqui estão algumas aplicações que podem ser observadas:
³¹ Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;
³² e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
³³ Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de alguém; como dizes tu: Sereis livres?
³⁴ Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado.
³⁵ O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.
³⁶ Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.
³⁷ Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não está em vós.
³⁸ Eu falo das coisas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai.
³⁹ Então, lhe responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
⁴⁰ Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão.
⁴¹ Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe eles: Nós não somos bastardos; temos um pai, que é Deus.
⁴² Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou.
⁴³ Qual a razão por que não compreendeis a minha linguagem? É porque sois incapazes de ouvir a minha palavra.
⁴⁴ Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
⁴⁵ Mas, porque eu digo a verdade, não me credes.
⁴⁶ Quem dentre vós me convence de pecado? Se vos digo a verdade, por que razão não me credes?
⁴⁷ Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus.
Quem são os ouvintes representados pelo pronome “lhes” em João 8:34? Nos versículos anteriores, Jesus dirigiu-se aos que “creram”, mencionados em João 8:30, e os admoestou a permanecer na Palavra – discipulado -, mostrando que haviam, de fato, sido salvos. Quando obedecemos à Palavra, crescemos em conhecimento espiritual e, ao crescer em conhecimento espiritual, crescemos em liberdade do pecado. A vida conduz ao saber, e o saber conduz à liberdade.
É pouco provável que o “lhes” se referisse a esses recém-convertidos, pois dificilmente teriam discutido com o Salvador! Se João 8:37 serve de base, Jesus dirigia-se aos mesmos judeus incrédulos que manifestaram oposição a ele ao longo de todo o diálogo (Jo 8:13, 19, 22, 25). Como antes, não entenderam sua mensagem. Jesus falava de liberdade espiritual, de liberdade do pecado, mas eles pensavam em liberdade política. Sua afirmação de que os descendentes de Abraão jamais haviam sido escravos era claramente falsa e poderia ser refutada pelos próprios relatos das Escrituras do Antigo Testamento. O povo de Israel fora escravizado por sete nações, conforme registrado no Livro de Juizes. As dez tribos do Norte foram levadas cativas para a Assíria, enquanto as duas tribos do Sul passaram setenta anos no cativeiro na Babilônia. E, naquele exato momento, os judeus encontravam-se sob o domínio de Roma! Como é difícil para religiosos e orgulhosos admitirem suas deficiências e suas necessidades!
Jesus explicou que a diferença entre a liberdade e a escravidão espiritual é uma questão de ser filho ou escravo. O escravo pode viver dentro da casa, mas não faz parte da família e não tem qualquer garantia em relação ao futuro (talvez Jesus tivesse emmente Isaque e Ismael; ver Gn 21). “Todo o que comete pecado é escravo do pecado“. Esses líderes religiosos não apenas morreriam em suas transgressões (Jo 8:21, 24), mas também, naquele momento, viviam na escravidão do pecado!
De que maneira os escravos do pecado podem ser libertos? Somente pelo Filho, através do poder de sua Palavra. É importante observar a ênfase sobre a Palavra em João 8:38-47, sendo que Jesus já havia lhes dito: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32). Mas eles não abriram espaço para a Palavra de Cristo em seu coração. O restante desta seção apresenta uma discussão em torno da palavra pai. Jesus identificou- se com o Pai celestial, mas identificou seus oponentes com o pai do inferno, Satanás. É evidente que os judeus declaravam que seu pai era Abraão (Lc 3:8ss), mas Jesus fez uma distinção exata entre “descendência de Abraão” (descendentes físicos) e “filhos de Abraão” (descendentes espirituais pela fé pessoal; Gl 3:6-14).
Esses líderes judeus que afirmavam ser filhos de Abraão eram muito diferentes dele. Em primeiro lugar, desejavam matar Jesus; Abraão era “amigo de Deus” e tinha comunhão com o Senhor em amor (Is 41:8). Além disso, Abraão ouviu a verdade de Deus e obedeceu, enquanto os líderes religiosos rejeitaram a verdade. A natureza é determinada pelo nascimento, e o nascimento é determinado pela paternidade.
Se Deus é nosso Pai, partilhamos de sua natureza divina (2 Pe 1:1-4); mas se Satanás é nosso pai, partilhamos de sua natureza perversa. Jesus não disse que todos os pecadores são filhos do diabo, apesar de todos certamente serem filhos da ira e da desobediência (Ef 2:1-3). Tanto nesta passagem quanto na Parábola do Joio (Mt 13:24-32, 36-43), Jesus chama os fariseus e outros que afirmavam “crer” nele de filhos do diabo. Satanás é um imitador (2 Co 11:13-15) e dá a seus filhos uma falsa justificação que não lhes permitirá entrar no céu (Rm 10:1-4). Quais eram as características dos líderes religiosos que pertenciam ao diabo? Dentre outras coisas, rejeitaram a verdade (Jo 8:40) e tentaram matar Jesus por dizer a verdade. Não amavam a Deus (Jo 8:42) nem entendiam o que Jesus ensinava (Jo 8:43, 47). Os filhos de Satanás podem ser extremamente instruídos em suas tradições religiosas, mas não têm conhecimento algum da Palavra de Deus. Satanás é um mentiroso e um homicida. Mentiu aos nossos primeiros antepassados (“É assim que Deus disse…?”) e orquestrou a morte deles. Caim era um filho do diabo (1 Jo 3:12), pois era tanto mentiroso quanto homicida. Matou o irmão Abel e mentiu sobre o que havia feito (Gn 4). É de se admirarque esses líderes religiosos tenham mentido sobre Jesus, contratado testemunhas falsas e providenciado para que fosse morto?
A pior escravidão é aquela em que o cativo não reconhece sua situação. Pensa ser livre, quando, na verdade, é escravo. Os fariseus e outros líderes religiosos acreditavam ser livres, mas, na verdade, estavam sujeitos a uma terrível escravidão espiritual, servindo ao pecado e a Satanás. Negavamse a encarar a verdade e, no entanto, somente a verdade poderia libertá-los.
O texto de João 8:31-47 contém uma conversa entre Jesus e alguns judeus que questionam Sua afirmação sobre a liberdade e Sua origem divina. Há várias aplicações importantes que podemos observar neste trecho:
1. A Verdade Liberta (João 8:32): Jesus afirma que conhecer a verdade nos liberta. A aplicação aqui é que a busca pela verdade, especialmente a verdade espiritual encontrada na Palavra de Deus, é fundamental para experimentar a verdadeira liberdade espiritual.
2. Ser Discípulo de Jesus (João 8:31): Jesus diz que aqueles que permanecem em Sua Palavra são verdadeiros discípulos. Isso nos desafia a não apenas ouvir Sua palavra, mas também a obedecê-la e segui-la de maneira contínua em nossa vida diária.
3. Origem Divina de Jesus (João 8:42-47): Jesus enfatiza Sua origem divina, dizendo que Ele veio de Deus. A aplicação aqui é que devemos reconhecer e aceitar a divindade de Jesus como o Filho de Deus e o Messias prometido.
4. O Pecado e o Diabo (João 8:44): Jesus aponta que aqueles que não creem Nele têm o diabo como pai. Isso nos lembra da realidade do pecado e da importância de nos voltarmos para Cristo como nosso Salvador para sermos libertos do poder do pecado.
5. Amar a Deus (João 8:42): Jesus enfatiza o amor a Deus como um aspecto essencial de Sua missão. Devemos amar a Deus com todo o nosso coração, mente e alma, buscando relacionar-nos com Ele de maneira genuína.
6. Discernimento Espiritual (João 8:43): Jesus diz que as pessoas não podem entender Sua fala porque não conseguem ouvir a Sua palavra. Isso nos lembra da importância do discernimento espiritual e da capacidade de ouvir a voz de Deus através da leitura das Escrituras e da oração.
7. O Papel da Fé (João 8:30-31): Alguns que ouviram Jesus creram Nele. Isso destaca o papel fundamental da fé na aceitação de Jesus como Salvador. Devemos reconhecer que a fé é um presente de Deus que nos permite crer e confiar Nele.
8. Quebrando Ciclos de Pecado (João 8:34-36): Jesus fala sobre a escravidão do pecado e como Ele pode libertar as pessoas desse ciclo. Isso nos lembra que, por meio de Cristo, podemos ser libertos do poder do pecado e viver uma vida de liberdade e justiça.
9. Responsabilidade Pessoal (João 8:45): Jesus diz que os incrédulos não creem Nele porque não O ouvem. Isso ressalta a responsabilidade pessoal de buscar e ouvir a verdade. Devemos estar dispostos a buscar a verdade e ouvir a voz de Deus quando ela é revelada.
Em resumo, este trecho de João 8:31-47 enfatiza a verdade espiritual, a origem divina de Jesus, a importância da fé, o papel do pecado e a necessidade de discernimento espiritual. Essas aplicações nos desafiam a buscar a verdade, crer em Jesus como o Filho de Deus e viver de acordo com Sua palavra.
“⁴⁸ Responderam, pois, os judeus e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?
⁴⁹ Replicou Jesus: Eu não tenho demônio; pelo contrário, honro a meu Pai, e vós me desonrais.
⁵⁰ Eu não procuro a minha própria glória; há quem a busque e julgue.
⁵¹ Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente.
⁵² Disseram-lhe os judeus: Agora, estamos certos de que tens demônio. Abraão morreu, e também os profetas, e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, não provará a morte, eternamente.
⁵³ És maior do que Abraão, o nosso pai, que morreu? Também os profetas morreram. Quem, pois, te fazes ser?
⁵⁴ Respondeu Jesus: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória nada é; quem me glorifica é meu Pai, o qual vós dizeis que é vosso Deus.
⁵⁵ Entretanto, vós não o tendes conhecido; eu, porém, o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei como vós: mentiroso; mas eu o conheço e guardo a sua palavra.
⁵⁶ Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se.
⁵⁷ Perguntaram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?
⁵⁸ Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, Eu Sou.
⁵⁹ Então, pegaram em pedras para atirarem nele; mas Jesus se ocultou e saiu do templo.”
Os líderes não conseguiam refutar as declarações de Jesus, de modo que atacaram sua Pessoa. Alguns estudiosos acreditam que a declaração dos líderes em João 8:41 – “Nós não somos bastardos” – representa um insulto ao nascimento e ao caráter de Jesus. Afinal, Maria engravidou antes de se casar com José. Porém, os ataques pessoais em João 8:48 são bastante óbvios. Chamar um judeu de samaritano era um dos piores ultrajes possíveis, ainda mais somado à acusação de estar endemoninhado.
Observe que Jesus nem sequer se deu o trabalho de responder à afronta racial (é bem provável que o insulto também incluísse a insinuação de que Jesus fosse herege como os samaritanos). Eles o infamavam, mas Jesus honrava o Pai. Como vimos anteriormente, Jesus deixou claro que era impossível honrar o Pai sem honrar o Filho (Jo 5:23).
Esses homens desejavam a própria glória (ver Jo 5:41-44), mas Jesus buscava a glória que pertence somente a Deus. A religião voltada inteiramente para a tradição e que deixa Cristo de fora, muitas vezes, não passa de uma “sociedade de admiração mútua” para pessoas que desejam receber louvor dos homens. Jesus advertira os líderes de que sua incredulidade os faria morrer em seus pecados e, agora, os convidava a crer e “não [ver] a morte, eternamente” (Jo 8:51). Havia dito isso antes em seu sermão na sinagoga (Jo 6:39, 40, 44, 54). Mais uma vez, os líderes não tiveram o discernimento espiritual necessário para entender o que Jesus dizia. Abraão estava morto e, no entanto, era um homem piedoso; os profetas fiéis também estavam mortos. As coisas que Jesus dizia só serviriam para convencê-los, ainda mais, de que estava possesso! (Jo 7:20).
Ao afirmar seu senhorio sobre a morte, declarava ser Deus (Jo 5:21-29). Não era uma honra que atribuíra a si mesmo; havia recebido essa honra do Pai. Na verdade, Abraão (do qual esses líderes afirmavam ser filhos) viu esse dia e se regozijou! Em lugar de se regozijarem, revoltavam-se e tentavam matar Jesus. De que maneira Abraão “viu” o dia do Senhor, ou seja, sua vida e ministério na Terra? Da mesma forma que viu a cidade por vir: pela fé (Hb 11:10, 13-16). Deus não revelou a Abraão uma visão especial da vida e do ministério de Jesus, mas lhe deu a percepção espiritual para “ver” esses acontecimentos futuros. Sem dúvida, Abraão viu o nascimento miraculoso do Messias no nascimento do próprio filho, Isaque. Também viu o Calvário quando ofereceu Isaque a Deus (Gn 22). No ministério sacerdotal de Melquisedeque (Gn 14:17-24), Abraão pôde ver o sacerdócio celestial de Cristo. No casamento de Isaque, Abraão vislumbrou um retrato do casamento do Cordeiro (Gn 24). A declaração de Cristo em João 8:58 – “Antes que Abraão existisse, Eu Sou” – foi outra afirmação de sua filiação divina, e os líderes judeus a entenderam como tal. Mais uma vez, Jesus equiparou-se com Deus (Jo 5:18), cometendo, supostamente, o pecado de blasfêmia, uma transgressão passível da pena de morte (Lv 24:16).
Jesus recebeu a proteção divina e simplesmente deixou aquele local, pois ainda não era chegada sua hora. Não se pode deixar e admirar sua coragem ao apresentar a verdade e convidar os líderes religiosos cegos a crer nele e a ser libertos. As pessoas mais difíceis de ganhar para o Salvador são as que não têm consciência de sua necessidade. Estão sob a condenação de Deus e, no entanto, confiam que serão salvas por sua religião. Andam em trevas, em vez de seguirem a luz da vida. A escravidão do pecado transformou-as em “mortos-vivos” e, apesar de suas obras religiosas, infamam o Pai e o Filho. Foram pessoas assim que crucificaram Jesus Cristo e que Jesus chamou de filhos do diabo. De quem você é filho? Deus é o seu Pai porque você recebeu Jesus Cristo em sua vida? (Jo 1:12, 13). Ou Satanás é seu pai porque depende de uma justificação falsa, recebida pelas obras, não pela fé em Jesus Cristo? Se Deus é seu Pai, o céu é seu lar. Se ele não é seu Pai, então o inferno é seu destino. Trata-se, verdadeiramente, de uma questão de vida ou morte!
O texto de João 8:48-59 registra uma discussão intensa entre Jesus e os judeus, na qual Ele afirma Sua divindade e os judeus O acusam de blasfêmia. Há várias aplicações importantes que podemos observar neste trecho:
1. A Divindade de Jesus (João 8:58): Jesus faz a ousada afirmação “Antes que Abraão existisse, Eu Sou.” Essa declaração enfatiza Sua eternidade e divindade. A aplicação aqui é que devemos reconhecer e adorar Jesus como Deus encarnado, o “Eu Sou”.
2. Reações à Verdade (João 8:59): O texto termina com os judeus pegando pedras para apedrejar Jesus. Isso ilustra como algumas pessoas reagirão negativamente à verdade de Cristo. Devemos estar preparados para enfrentar oposição quando compartilhamos o Evangelho, mas também devemos permanecer firmes na verdade.
3. O Significado do Nome de Deus (João 8:58): Jesus usou a expressão “Eu Sou”, que remete ao nome de Deus revelado a Moisés na sarça ardente (Êxodo 3:14). Isso destaca que Jesus é Deus e que devemos reconhecê-Lo como tal. A aplicação é que devemos adorar e seguir a Cristo como o Deus encarnado.
4. Aceitar ou Rejeitar a Mensagem de Jesus (João 8:47): Jesus afirma que aqueles que são de Deus ouvem Sua mensagem. Isso nos lembra da importância de aceitar e obedecer aos ensinamentos de Jesus. Devemos estar dispostos a ouvir e seguir Sua palavra.
5. Permanecer na Palavra de Jesus (João 8:31): antes deste trecho, Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos.” Esta aplicação enfatiza a importância de permanecer na Palavra de Jesus como Seus discípulos, buscando Sua orientação em nossa vida diária.
6. Reconhecer a Verdade em Cristo (João 8:32): Jesus diz que a verdade nos libertará. Isso nos desafia a reconhecer que a verdadeira liberdade espiritual é encontrada em Cristo e em Sua verdade. Devemos buscar conhecer e viver de acordo com Sua verdade.
7. Paciência e Compaixão (João 8:48-59): Jesus enfrentou a hostilidade dos judeus com paciência e graça. Isso nos lembra da importância de responder a oposição com amor e compaixão, mesmo quando estamos compartilhando a verdade de Cristo.
8. A Importância de Conhecer as Escrituras (João 8:55): Jesus menciona a necessidade de conhecer as Escrituras. Devemos aplicar isso em nossa vida, buscando um entendimento mais profundo das Escrituras para fortalecer nossa fé e compreensão de quem Jesus é.
Em resumo, este trecho de João 8:48-59 enfatiza a divindade de Jesus, a reação às verdades espirituais, a importância de permanecer na Palavra de Jesus e a paciência em face da oposição. Devemos reconhecer e adorar Jesus como Deus e seguir Sua Palavra com dedicação e amor.