
Esta seção começa e termina com a terna admoestação de Jesus: “Não se turbe o vosso coração” (Jo 14:1, 27). Não é de se admirar que os apóstolos estivessem perturbados.
Afinal, Jesus havia anunciado que um deles era traidor e, em seguida, avisara Pedro de que negaria o Senhor três vezes. Sempre seguro de si, Pedro tinha certeza de que não apenas seguiria seu Senhor, mas também morreria com ele e por ele. Infelizmente, Pedro não conhecia o próprio coração, da mesma forma que não conhecemos nosso coração, com exceção de uma coisa que sabemos ao certo: nosso coração perturbase com facilidade.
Talvez o golpe mais doloroso de todos tenha sido a descoberta de que Jesus estava prestes a deixá-los (Jo 13:33).
Para onde iria? Poderiam ir com ele? Como chegariam ao lugar aonde ele estava indo? Essas eram algumas das perguntas confusas que passavam pela mente e pelo coração dos discípulos e que trocavam entre si enquanto conversavam à mesa.
De que maneira Jesus tranqüilizou o coração perturbado dos discípulos? Dando-lhes seis promessas maravilhosas às quais se
apegar, promessas das quais podemos nos apropriar hoje e, desse modo, desfrutar de um coração tranqüilo.
PEDRO É AVISADO
³⁶ Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Respondeu Jesus: Para onde vou, não me podes seguir agora; mais tarde, porém, me seguirás.
³⁷ Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida.³⁸ Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes.
JESUS CONFORTA OS DISCÍPULOS
¹ Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
² Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.
³ E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.
⁴ E vós sabeis o caminho para onde eu vou.
⁵ Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?
⁶ Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Jesus não repreendeu Pedro por lhe perguntar para onde estava indo, mas sua resposta foi um tanto enigmática. Um dia, Pedro “seguiria” Jesus até a cruz (Jo 21:18, 19; 2 Pe 1:12-15) e, depois, até o céu. Diz a tradição que Pedro foi crucificado, mas pediu para ser colocado de cabeça para baixo, pois não se considerava digno de morrer da mesma forma que o Mestre.
Justamente quando Pedro começava a se sentir um herói, Jesus anunciou sua desventura. A mensagem não apenas surpreendeu Pedro, como também deixou os outros apóstolos estarrecidos. Afinal, se um homem valente como Pedro negaria o Senhor, que esperança haveria para o resto dos discípulos?
Foi então que Jesus lhes deu uma mensagem para acalmar seu coração perturbado. De acordo com Jesus, o céu é um lugar real. Não é uma ilusão religiosa, nem o fruto de uma mentalidade doentia e fantasiosa, mas sim o lugar onde Deus habita e onde Jesus está assentado à direita do Pai no dia de hoje. É descrito como um reino (2 Pe 1:11), uma herança (1 Pe 1:4), uma pátria e uma cidade (Hb 11:16) e um lar (Jo 14:2).
O termo Pai é usado quarenta e quatro vezes em João 13 a 17. O Filho de Deus diz que o céu é “a casa de meu Pai”. É um “lar” para os filhos de Deus. Alguns anos atrás, um jornal de Londres realizou um concurso para encontrar a melhor definição de “lar”. A sugestão vencedora foi: “Lar é o lugar onde somos mais bem tratados e onde mais nos queixamos”. O poeta Robert Frost disse que lar é o lugar onde os moradores são obrigados a acolhê-lo quando você chega lá. Uma ótima definição! O termo grego mone é traduzido por “casa”, em João 14:2, e por “morada” em João 14:23. Significa apenas “cômodos, lugares de habitação”, de modo que não se deve pensar em termos de grandes casas. E uma pena que alguns hinos sem base bíblica tenham perpetuado a idéia equivocada de que os cristãos fiéis vão morar em lindas mansões na glória, enquanto os cristãos menos consagrados terão de se contentar com casas pequenas ou mesmo com cabanas.
Neste exato momento, Jesus Cristo está preparando lugares para todos os que crêem de coração, e cada um desses lugares será maravilhoso. No tempo em que passou aqui na Terra, Jesus foi carpinteiro (Mc 6:3). Agora que voltou para a glória, está construindo uma Igreja na Terra e um lar para essa Igreja no céu. João 14:3 promete claramente que Jesus voltará para buscar seu povo. Alguns chegarão ao céu passando pelo vale da sombra da morte, mas os que estiverem vivos quando Jesus voltar jamais verão a morte (Jo 11:25, 26). Serão transformados à semelhança de Cristo e irão para o céu (1 Ts 4:13-18). Uma vez que o céu é a casa do Pai, deve ser um lugar de amor e alegria. Quando o apóstolo João tentou descrever o céu, por pouco não lhe faltaram símbolos e comparações (Ap 21 – 22)! Por fim, apresentou uma lista das coisas que NÃO estarão lá: morte, tristeza, choro, dor, noite etc. Será um lar maravilhoso e desfrutaremos dele para sempre! A pergunta de Tomé revelou seu desejo profundo de estar com Jesus (ver Jo 11:16), tornando necessário que soubesse para onde o Mestre iria e como chegar lá. O Senhor deixou claro que iria para junto do Pai e que ele era o único caminho para chegar ao Pai. O céu é um lugar real, um lugar de amor e um lugar exclusivo. Nem todos vão para o céu, apenas os que crêem em Jesus Cristo (ver At 4:12; 2 Tm 2:4-6).
Jesus não se limita a ensinar o caminho ou a mostrar o caminho; e/e é o caminho. Na verdade, “o Caminho” é um dos primeiros nomes dados à fé cristã (At 9:2; 19:9, 23; 22:4; 24:14, 22). A declaração de Jesus: “ninguém vem ao Pai senão por mim” elimina qualquer outro caminho proposto para chegar ao céu, como boas obras, cerimônias religiosas, ofertas vultosas etc. Existe somente um caminho: Jesus Cristo. De que maneira essa promessa de ir para o céu ajudaria a acalmar o coração perturbado dos discípulos? A resposta é expressada de modo bastante apropriado num hino escrito há vários anos por J. M Gray:
“Quem se importa com a jornada quando a estrada conduz ao lar?” A certeza de um lar celestial no fim da estrada da vida nos permite suportar com alegria os obstáculos e batalhas ao longo do caminho.
Essa certeza deu ânimo ao próprio Cristo, “o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz” (Hb 12:2). Paulo tinha essa verdade em mente quando escreveu: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18).
Pedro e a negação: Pedro, ao prometer seguir Jesus até a morte e depois negá-Lo, nos lembra da fragilidade humana e da necessidade de humildade. Podemos aprender a reconhecer nossas próprias fraquezas e dependência de Deus em momentos de adversidade.
Jesus como o único caminho: Quando Jesus afirma que Ele é o caminho, a verdade e a vida, Ele está declarando Sua exclusividade como o único meio de chegarmos a Deus. A aplicação aqui é clara: nossa salvação e comunhão com Deus são encontradas somente através de Jesus Cristo. Devemos crer e confiar nEle como nosso Salvador.
Filipe e a revelação do Pai: A pergunta de Filipe revela um desejo de ver Deus de forma tangível. Jesus ensina que, vendo-O, já vimos o Pai. A lição aqui é que Jesus é a imagem visível de Deus, e quando O conhecemos, conhecemos o caráter e a natureza de Deus.
Obediência e amor: Jesus enfatiza a importância da obediência como um sinal de amor por Ele. A aplicação é que nosso amor por Jesus deve ser demonstrado através da obediência aos Seus ensinamentos. Isso envolve viver uma vida que reflita Seu amor e Seus mandamentos.
Promessa do Espírito Santo: Jesus promete enviar o Espírito Santo como o Consolador e Guia. A aplicação é que, como crentes, temos o Espírito Santo habitando em nós para nos capacitar, nos guiar e nos consolar em nossa jornada espiritual.
Confiança e Encorajamento: Jesus antecipa a ansiedade de Seus discípulos em relação a Sua partida e os encoraja a confiar nEle e em Seu plano. A lição aqui é que, mesmo em momentos de incerteza, devemos confiar na soberania de Deus e em Seus planos para nós.
Em resumo, esses versículos nos ensinam sobre a importância da humildade, da fé em Jesus como o único caminho para Deus, da obediência como expressão de amor, da presença do Espírito Santo e da confiança em Deus mesmo em tempos difíceis. Eles nos lembram que nossa fé em Jesus e nosso relacionamento com Ele são fundamentais para nossa jornada espiritual.
⁷ Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.
⁸ Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
⁹ Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
¹⁰ Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.
¹¹ Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras.
Não precisamos esperar até chegar ao céu para conhecer o Pai. Podemos conhecê-lo no presente e receber dele os recursos espirituais de que precisamos para prosseguir em meio às dificuldades. O que significa “conhecer o Pai”? No texto original, o verbo conhecer é usado 141 vezes no Evangelho de João, mas nem sempre tem o mesmo significado. Na verdade, de acordo com João, existem quatro “níveis” diferentes de conhecimento.
1) O nível mais inferior é simplesmente ter conhecimento de um fato.
2) O nível seguinte é compreender a verdade por trás desse fato. Todavia, podemos conhecer o fato e a verdade por trás dele e continuar perdidos em nossos
pecados.
3) o terceiro nível introduz o relacionamento: “conhecer” significa “crer em uma pessoa e ter um relacionamento com ela”. Esse é o nível do conhecimento
em João 1 7:3. Aliás, nas Escrituras, o termo “conhecer” é usado para o relacionamento mais íntimo entre um homem e uma mulher (Gn 4:1).
4) O quarto nível de conhecimento referese a “ter um relacionamento mais profundo com uma pessoa, ter uma comunhão mais profunda”. Era a esse nível que Paulo se referia quando escreveu: “para o conhecer” (Fp 3:10). Jesus descreve esse relacionamento mais profundo em João 14:19-23, de modo que reservaremos outros comentários para essa seção. Quando Jesus disse que conhecê-lo e vêlo era o mesmo que conhecer e ver o Pai, afirmava ser Deus. Apesar de Jesus estardeixando os discípulos, a partir de então teriam compreensão cada vez mais clara do Pai.
Aprecio o desejo de Filipe de conhecer o Pai. Havia percorrido um longo caminho desde o dia em que Jesus o havia encontrado e chamado (Jo 1:43-45). Todo cristão deve ter um desejo ardente de conhecer melhor a Deus. Lemos e estudamos a Palavra de Deus para conhecer melhor o Deus da Palavra.A construção gramatical da pergunta em João 14:10 indica que Jesus esperava uma resposta afirmativa de Filipe: ele cria que Jesus estava no Pai e que o Pai estava nele. Sendo esse o caso, Filipe deveria ter percebido que as palavras de Jesus, bem como suas obras, eram provenientes do Pai e revelavam o Pai. Os cristãos de hoje não viram o Senhor Jesus pessoalmente (1 Pe 1:8), mas podemos ver Cristo e suas obras na Palavra.
Ao longo de todo seu Evangelho, João enfatiza não ser possível separar as palavras de Cristo de suas obras, pois ambas vêm do Pai e revelam o Pai. O verbo “crer”, em João 14:10, é conjugado no singular, pois Jesus falava com Filipe; mas em João 14:11, é usado no plural, pois o Mestre dirige-se a todos os discípulos. O tempo verbal, nos dois casos, é “prossigam crendo”. Deixem que sua fé cresça!
Quatrocentos anos antes de Jesus nascer, o filósofo grego Platão escreveu: “É uma tarefa difícil encontrar o Pai e Criador de todo o universo, e, falar dele a todos os homens ao encontrá-lo, é impossível”. Mas Platão estava errado! Podemos conhecer o Pai e Criador do universo, pois Jesus o revelou para nós. Por que deixar que nosso coração fique perturbado quando o Criador e Governante do universo é nosso Pai?
O Senhor do céu e da Terra é nosso Pai (Lc 10:21). Não precisamos ficar ansiosos, pois ele está no controle.
No trecho de João 14:7-11, Jesus continua a ensinar Seus discípulos antes de Sua partida. Aqui estão as principais aplicações e lições que podemos extrair desses versículos:
1. Conhecimento do Pai através de Jesus: Jesus afirma que se os discípulos O conhecem, eles também conhecem o Pai. A aplicação é que conhecer Jesus é a chave para compreender a natureza e o caráter de Deus Pai. Ele é a revelação de Deus para a humanidade.
2. A importância da fé: Jesus desafia os discípulos a acreditar nEle com base em Suas obras, mesmo que não compreendam completamente. A fé é essencial para uma relação profunda com Deus. A aplicação é que, às vezes, podemos não entender completamente os planos de Deus, mas ainda assim podemos confiar Nele e em Suas ações em nossas vidas.
3. Unidade com o Pai: Jesus enfatiza Sua unidade com o Pai, declarando que o Pai está Nele e Ele está no Pai. A aplicação aqui é que a comunhão entre Jesus e o Pai é um modelo para a união que os crentes têm com Deus através de Cristo. Devemos buscar uma relação íntima e profunda com Deus.
4. O testemunho das obras: Jesus menciona que Seus seguidores realizarão obras semelhantes às Dele e até maiores. Isso destaca a continuidade da obra de Cristo através da igreja. A aplicação é que como seguidores de Jesus, somos chamados a fazer Sua obra na terra, compartilhando o evangelho e demonstrando amor e compaixão.
5. Conhecimento prático: Jesus incentiva os discípulos a acreditar nEle com base nas obras que eles testemunharam. Isso destaca a importância do conhecimento prático de Jesus por meio de Suas ações. A aplicação é que nosso relacionamento com Cristo não é apenas teórico, mas deve ser experimentado por meio de Sua obra em nossas vidas.
Em resumo, esses versículos enfatizam a importância da fé em Jesus como a revelação do Pai, a união entre Jesus e Deus, a continuação de Sua obra através dos crentes e o conhecimento prático de Cristo por meio de Suas ações. Eles nos desafiam a confiar em Jesus, mesmo quando não entendemos completamente, e a buscar uma relação íntima com Deus através dEle.
¹² Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
¹³ E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.
¹⁴ Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
¹⁵ Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
“Por que orar quando pode se preocupar?”,diz uma placa que vi em vários lugares. A oração é um dos melhores remédios para um coração perturbado. Óh! que paz perdemos sempre, Óh! que dor no coração, Só porque nós não levamos Tudo a Deus em oração. Todavia, a fim de que Deus responda a nossas orações e dê paz a nosso coração, devemos preencher certos requisitos. Na verdade, o próprio cumprimento dessas condições já é uma bênção. Devemos orar com fé (v. 12). Essa é uma promessa da qual podemos nos apropriar, e, para isso, devemos ter fé. A expressão “em verdade, em verdade” mostra que se trata, sem dúvida alguma, de uma declaração solene. O fato de Jesus ter voltado para o Pai é um grande estímulo, pois hoje está intercedendo por nós junto ao Pai.
Jesus voltará a falar sobre essa obra intercessora mais adiante. As “outras [obras] maiores” referem-se, inicialmente, aos apóstolos, que receberam o poder de realizar milagres especiais como credencial de seu ministério (Rm 15:18, 19; Hb 2:3, 4). Esses milagres não eram maiores em termos de qualidade, pois “o servo não é maior do que seu senhor” (Jo 13:16), mas sim em termos de abrangência e de quantidade. Pedro pregou um sermão, e três mil pecadores converteram-se em um só dia! O fato de pessoas comuns realizarem esses sinais tornava-os mais maravilhosos e glorificava ainda mais a Deus (At 5:13-16).
Claro que não é o próprio cristão que realiza essas “coisas maiores”; antes, quem opera os milagres é Deus trabalhando dentro do cristão e por meio dele: “Cooperando com eles o Senhor” (Mc 16:20). “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar” (Fp 2:13). A fé e as obras devem sempre andar juntas, pois é a fé que libera o poder de Deus em nossa vida. Tanto o amor quanto a obediência fazem parte da oração eficaz. “Se eu no coração contemplara [encontrara e aprovara] a vaidade, o Senhor não me teria ouvido” (SI 66:18).
Não obedecemos ao Senhor simplesmente porque desejamos que nossas orações sejam respondidas, como fazem as crianças antes do Natal. Obedecemos ao Senhor porque o amamos, e quanto mais obedecemos a ele, mais experimentamos seu amor. “Guardar” os mandamento significa dar-lhes valor, entesourar, preservar e obedecer. ” Do mandamento de seus lábios nunca me apartei, escondi no meu íntimo as palavras da sua boca” (Jó 23:12)
A oração feita com fé é um remédio maravilhoso para o coração perturbado. Sugiro que meditemos sobre Filipenses 4:6, 7 e que coloquemos essas palavras em prática! Devemos orar em nome de Jesus (vv. 13, 14). Não se trata de uma “fórmula mágica” que acrescentamos automaticamente aos pedidos em nossas orações para garantir que Deus nos responderá. Pedir qualquer coisa ao Pai em nome de Jesus significa pedir o que Jesus pediria, o que lhe agradaria e o glorificaria, fazendo sua obra avançar.
Quando um amigo diz: “Pode usar meu nome”, está lhe dando um grande privilégio, bem como uma tremenda responsabilidade. A expressão “tudo quanto” em João 14:13 é qualificada por tudo o que Deus revelou em sua Palavra sobre a oração; o mesmo se aplica à expressão “alguma coisa” em João 14:14. Deus não nos está dando carta branca; o elemento controlador é “em meu nome”. Saber o nome de Deus significa conhecer sua natureza, aquilo que ele é e o que deseja que façamos. Deus responde às orações a fim de honrar seu nome; portanto, a oração deve estar dentro de sua vontade (1 Jo 5:14, 15).
O primeiro pedido da oração do Pai Nosso é “Santificado seja o teu nome” (Mt 6:9). Qualquer pedido que NÃO glorifica o nome de Deus não deve ser feito em nome de Jesus. Devemos orar em obediência amorosa (v. 15). Quando amamos alguém, honramos seu nome, e jamais usamos esse nome de maneira depreciativa. O amor é um tema importante no Evangelho de João; o verbo e o substantivo são usados mais de cinqüenta vezes no texto original.
Nos versículos de João 14:12-15, encontramos ensinamentos significativos de Jesus que podem ser aplicados às nossas vidas de várias maneiras:
1. O potencial da fé em ação: Jesus declara que aqueles que creem Nele realizarão as mesmas obras que Ele fez e até obras maiores. Isso destaca o potencial da fé em ação na vida dos seguidores de Jesus. A aplicação é que, através da fé e do poder do Espírito Santo, os crentes podem realizar coisas notáveis para o Reino de Deus, incluindo a pregação do evangelho, cura, ajuda aos necessitados e transformação de vidas.
2. O papel do pedido em oração: Jesus menciona que qualquer coisa que pedirmos em Seu nome, Ele fará. Isso ressalta a importância da oração e da confiança na resposta de Deus às nossas petições. A aplicação é que devemos orar com fé, buscando a vontade de Deus e confiando que Ele atenderá às nossas necessidades e desejos de acordo com Seu plano.
3. O amor demonstrado pela obediência: Jesus enfatiza que aqueles que O amam obedecerão aos Seus mandamentos. A aplicação é que o amor por Jesus deve se manifestar em obediência aos Seus ensinamentos e mandamentos. Obedecer a Cristo é uma expressão prática de amor por Ele.
4. A relação de reciprocidade: Jesus afirma que aqueles que O amam serão amados pelo Pai, e Ele Se manifestará a eles. Isso destaca a relação de reciprocidade entre Deus, Jesus e os crentes. A aplicação é que, ao amarmos e obedecermos a Jesus, experimentaremos uma comunhão mais profunda com Deus e uma maior revelação da Sua presença em nossas vidas.
5. O papel da Palavra de Deus: Jesus menciona que Seus mandamentos não são meras palavras, mas a palavra do Pai. Isso enfatiza a importância da Escritura como a revelação da vontade de Deus. A aplicação é que devemos estudar, meditar e aplicar a Palavra de Deus em nossas vidas, pois ela nos guia na obediência a Cristo.
Em resumo, esses versículos nos ensinam sobre o potencial da fé em ação, a importância da oração em nome de Jesus, a relação entre amor e obediência, a reciprocidade na relação com Deus e a centralidade da Palavra de Deus em nossas vidas como seguidores de Jesus. Eles nos desafiam a viver vidas de fé, amor e obediência, confiando na promessa de Jesus de que Ele responderá às nossas orações e Se manifestará a nós.
Jesus promete outro Consolador
¹⁶ E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco,
¹⁷ o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.
¹⁸ Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.
Em sua mensagem no cenáculo, Jesus diz várias coisas sobre o Espírito Santo, pois, sem o Espírito de Deus, não é possível viver de modo agradável a Deus. Devemos saber quem o Espírito é, o que ele faz e como opera.
Jesus chama o Espírito de “outro Consolador” e “Espírito da verdade”. O termo gregotraduzido por “Consolador” é parakletos e somente João o emprega (jo 14:16, 26; 15:26; 16:7; 1 Jo 2:1). Significa “chamado juntamente para assistir”. O Espírito Santo não opera em nosso lugar, nem apesar de nós, mas sim em nós e através de nós.
A idéia de consolação também se expressa pelo termo conforto, originado em duas palavras do latim que significam “com força”. Normalmente, associamos o ato de confortar a dar alívio, tranqüilizar, consolar, que, até certo ponto, não deixa de ser verdade. Mas o conforto real nos fortalece para encarar a vida com coragem e prosseguir.
Não isenta de responsabilidades nem dá uma oportunidade de desistir mais facilmente. O termo parakletos é traduzido por “Advogado” em 1 João 2:1. Um “advogado” é alguém que nos representa em um tribunal e que se coloca a nosso lado enquanto defende nossa causa. Como “Espírito da verdade”, o Espírito Santo é relacionado a Jesus, a Verdade, e à Palavra de Deus, que é verdadeira (Jo 14:6; 17:17). O Espírito inspirou a Palavra e também esclarece a Palavra de modo que possamos compreendê-la. Mais adiante em sua mensagem, Jesus explica o ministério de ensino do Espírito. Uma vez que é o “Espírito de verdade”, o Espírito Santo não pode mentir nem ser associado a qualquer falsidade. Nunca nos orienta a fazer qualquer coisa contrária à Palavra de Deus, pois, afinal, a Palavra de Deus é a verdade. Se desejamos que o Espírito Santo opere em nossa vida, devemos ter como principal objetivo glorificar a Cristo e dar o devido valor à Palavra de Deus. Quando comparamos Efésios 5:18 a 6:9 com Coíossenses 3:16 a 4:1, vemos que as duas passagens descrevem o mesmo tipo de vida cristã: alegre, agradecida e submissa. Estar cheio do Espírito é o mesmo que ser controlado pela Palavra.
O Espírito da verdade usa a Palavra da verdade para nos guiar com respeito à vontade e à obra de Deus. O Espírito Santo habita no cristão. É uma dádiva do Pai em resposta à oração do Filho. Durante seu ministério aqui na Terra, Jesus guiou, guardou e ensinou seus discípulos, mas estava prestes a deixá-los. O Espírito Santo viria sobre eles e habitaria neles, assumindo o lugar do Mestre. Jesus chamou o Espírito de “outro Consolador”, e a palavra grega traduzida por “outro” significa “outro do mesmo tipo”. O Espírito de Deus não é diferente do Filho de Deus, pois ambos são Deus. O Espírito de Deus havia habitado com os discípulos na pessoa de Jesus, mas em breve passaria a habitar dentro deles. É evidente que o Espírito de Deus já havia estado na Terra antes. Foi esse Espírito que deu poder aos homens e mulheres do Antigo Testamento para realizar a obra de Deus. Todavia, nesse tempo, o Espírito de Deus vinha sobre essas pessoas e podia se retirar delas. O Espírito de Deus deixou o rei Saul (1 Sm 16:14; 18:12); e, ao confessar seu pecado, Davi pediu que o Espírito não lhe fosse retirado (SI 51:11). Em Pentecostes, o Espírito Santo foi concedido ao povo de Deus, a fim de permanecer conosco para sempre. Podemos entristecer o Espírito, mas ainda assim ele não nos deixa.
A maneira de tratarmos o Espírito Santo indica como tratamos o Senhor Jesus Cristo. O corpo do cristão é o templo do Espírito (1 Co 6:19, 20), de modo que o que fazemos com nosso corpo afeta o Espírito Santo que nele habita. O Espírito escreveu a Palavra de Deus, e a maneira de tratarmos a Bíblia é a maneira de tratarmos o Espírito de Deus e o Filho de Deus. O mundo não pode receber o Espírito, porque vive de acordo com o que pode ver, não pela fé. Além disso, o mundo não conhece Jesus Cristo, e não se pode conhecer o Espírito sem o Filho. Na verdade, a presença do Espírito no mundo é condenatória, pois o mundo rejeitou Jesus Cristo. O termo traduzido por “órfãos”, em João 14:18, significa “sem consolo”. Não estamos sozinhos, abandonados, impotentes e desesperados. O Espírito nos acompanha por toda a parte, de modo que não precisamos nos sentir órfãos. Nosso coração também não precisa se perturbar, pois o Espírito de Deus habita dentro de nós!
Nos versículos de João 14:16-18, Jesus está dando aos Seus discípulos a promessa do Espírito Santo, conhecido como o Consolador. Aqui estão algumas aplicações e lições que podemos aprender com esses versículos:
1. A promessa do Espírito Santo: Jesus promete enviar o Espírito Santo para estar com os crentes para sempre. Isso nos ensina sobre a presença constante de Deus em nossas vidas através do Espírito Santo. A aplicação é que podemos confiar na ajuda e na orientação do Espírito Santo em nossa jornada espiritual.
2. O papel do Espírito Santo: Jesus descreve o Espírito como o Consolador que permanecerá conosco para nos guiar na verdade. Isso destaca o papel do Espírito Santo em nos ensinar, nos lembrar dos ensinamentos de Jesus e nos capacitar a viver uma vida que honra a Deus. A aplicação é que devemos buscar a orientação do Espírito Santo em nossas decisões e estudos bíblicos.
3. A promessa da não orfandade: Jesus assegura aos Seus discípulos que eles não serão deixados órfãos, mas que Ele virá até eles. Isso nos ensina sobre o amor e o cuidado contínuos de Jesus por Seus seguidores, mesmo após Sua partida física. A aplicação é que podemos encontrar conforto na certeza de que Jesus está conosco em todos os momentos, através do Espírito Santo.
4. A importância da fé em Jesus: A promessa do Espírito Santo é dada aos que amam Jesus e guardam Seus mandamentos. Isso nos lembra da importância da fé em Cristo e da obediência aos Seus ensinamentos como condição para receber o Espírito Santo. A aplicação é que devemos cultivar um relacionamento de amor e obediência a Jesus para experimentar plenamente a presença do Espírito Santo em nossas vidas.
5. A garantia da presença divina: Esses versículos nos asseguram que, como crentes, nunca estamos sozinhos. Temos a presença constante de Deus através do Espírito Santo. Isso nos traz conforto, coragem e segurança em nossa jornada espiritual. A aplicação é que podemos enfrentar desafios e incertezas com confiança, sabendo que o Espírito Santo está conosco.
Em resumo, esses versículos nos ensinam sobre a promessa do Espírito Santo como nosso Consolador e Guia, a importância da fé e obediência a Jesus, a garantia da presença divina e o amor contínuo de Jesus por Seus seguidores. Eles nos incentivam a buscar a orientação e o poder do Espírito Santo em nossas vidas e a confiar na presença constante de Deus.
¹⁹ Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
²⁰ Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.
²¹ Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
²² Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo?
²³ Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.²⁴ Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.
“O amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Rm 5:5). Os órfãos sentem-se indesejados e rejeitados, mas nosso Pai compartilha seu amor conosco. Jesus explica três manifestações desse amor. Manifestou-se nos discípulos no passado (w. 19, 20). João 14:19 enfoca a ressurreição de Cristo e suas aparições, depois disso, aos discípulos e a outros cristãos. O mundo viu Jesus pela última vez quando José de Arimatéia e Nicodemos tiraram seu corpo da cruz e o sepultaram. Quando voltar a vê-lo, ele virá em poder e grande glória para julgar os pecadores perdidos.
João 14:20 trata especialmente da vinda do Espírito em Pentecostes e a união dos cristãos com seu Senhor. Jesus voltou ao céu como o Senhor exaltado, o Cabeça da Igreja (Ef 1:19-23); em seguida, enviou seu Espírito para que os membros do corpo fossem unidos ao Cabeça em uma ligação viva. É evidente que os cristãos de hoje não viram Jesus depois de sua ressurreição ou em sua ascensão, mas somos unidos a ele pela presença do Espírito Santo em nós.
Manifesta-se aos cristãos no presente (w. 21, 23, 24). É importante observar a repetição do termo amor. Se damos o devido valor à Palavra de Deus e lhe obedecemos, o Pai e o Filho compartilham seu amor conosco e habitam em nós. O termo traduzido por “morada”, em João 14:23, significa “fazer de algum lugar seu lar” e é usado também em João 14:2.
Quando um pecador crê em Jesus Cristo, nasce de novo, e, no mesmo instante, o Espírito entra em seu corpo e dá testemunho de que é filho de Deus. O Espírito habita em nós e não nos deixa. Mas, à medida que o cristão se entrega ao Pai, ama a Palavra, ora e obedece, desenvolve um relacionamento
mais profundo com o Pai, o Filho e o Espírito. Pela salvação, vamos para o céu, mas pela submissão, o céu vem até nós! JOÃO 1 3:36-14:31 Essa verdade é ilustrada nas experiências de Abraão e Ló, relatadas em Gênesis 18 e 19. Quando Jesus e os dois anjos visitaram a tenda de Abraão, sentiram-se em casa. Eles até tomaram uma refeição, e Jesus teve uma conversa pessoal com Abraão. Mas o Senhor não foi até Sodoma visitar Ló, pois não poderia sentir-se em casa naquele lugar. Assim, enviou dois anjos.
Nossa experiência com Deus deve ser cada vez mais profunda, e esse aprofundamento se dará à medida que nos entregarmos ao Espírito da verdade e permitirmos que nos ensine e que nos guie. Se amarmos a Deus e lhe obedecermos, ele manifestará seu amor por nós de maneira mais profunda a cada dia. Manifestar-se-á na volta de Jesus Cristo (v. 19). O apóstolo Judas (não o Iscariotes) lembrou que Jesus havia dito que se manifestaria ao mundo (Jo 14:22). Mas isso parecia contradizer outras declarações que havia feito, como aquela em Mateus 24:30. Sua pergunta foi: “Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós e não ao mundo?”. Ou seja: “Houve uma mudança nos planos de Deus?” Jesus havia sido rejeitado pelo próprio povo e, portanto, não pôde se manifestar a ele. Na verdade, o fato de não se manifestar ao mundo demonstrou sua misericórdia, pois se o tivesse feito, teria sido em julgamento.
Revelou-se à sua Igreja e deixou a Igreja no mundo para dar testemunho do amor de Deus. No momento, espera pacientemente, dando aos pecadores a oportunidade de se arrepender e de ser salvos (2 Pe 3:1-10). Um dia, voltará (Ap 1:7), e o mundo o contemplará. Uma das melhores maneiras de tranqüilizar o coração perturbado é deixar-se envolver pelo amor de Deus. Quando nos sentimos “órfãos”, devemos permitir que o Espírito de Deus nos revele o amor de Deus de maneira mais profunda. Nas palavras de Charles Spurgeon: “Uma pequena fé levará a alma para o céu, mas uma grande fé trará o céu para a alma”. Nosso coração pode se tornar “o céu na Terra” quando temos comunhão com o Senhor e o adoramos.
²⁵ Isto vos tenho dito, estando ainda convosco;
²⁶ mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
²⁷ Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.
²⁸ Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.
²⁹ Disse-vos agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós creiais.
³⁰ Já não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em mim;
³¹ contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou. Levantai-vos, vamo-nos daqui.
Shalom – paz – é uma palavra preciosa para o povo judeu. Significa muito mais do que a simples ausência de guerra ou de perigo. Shalom significa integridade, plenitude, saúde, segurança e até mesmo prosperidade, em seu melhor sentido. Quando desfrutamos a paz de Deus, temos alegria e contentamento. Mas a paz de Deus não é como a “paz” que o mundo oferece. O mundo baseia sua paz em seus recursos, enquanto a paz de Deus depende de relacionamentos.
Estar em ordem com Deus significa desfrutar a paz de Deus. O mundo depende da capacidade pessoal, mas os cristãos dependem da suficiência espiritual em Cristo. No mundo, a paz é algo pelo que as pessoas esperam e se esforçam; para os cristãos, a paz de Deus é uma dádiva maravilhosa, recebida pela fé. Os que não são salvos sentem paz quando não há problemas; os cristãos têm paz apesar das dificuldades por causa da presença do Espírito Santo em poder.
As pessoas do mundo vivem de acordo com o que podem ver e dependem do que é externo, mas os cristãos vivem pela fé e dependem do que é eterno. O Espírito de Deus nos ensina a Palavra e nos guia (não nos arrasta!) para a verdade. Também nos lembra do que nos ensinou para que possamos depender da Palavra de Deus nos momentos difíceis da vida. O Espírito usa a Palavra para nos dar sua paz (Jo 14:27), seu amor (Jo 15:9, 10) e sua alegria (Jo 15:11). Se isso não acalmar nosso coração perturbado, não há nada que possa tranqüilizá-lo!
Mais uma vez, Jesus garantiu aos discípulos que voltariam a vê-lo (Jo 14:28). Deveriam alegrar-se com a volta de Jesus ao Pai, pois isso possibilitaria que Cristo exercesse seu ministério maravilhoso de intercessão em nosso favor, como nosso Sumo Sacerdote no céu (Hb 2:17, 18; 4:14-16). Temos o Espírito
dentro de nós, o Salvador acima de nós e a Palavra diante de nós – recursos tremendos para nos dar paz!
Em João 14:30, 31, Jesus cita dois grandes inimigos espirituais: o mundo e o diabo. Cristo venceu o mundo e o diabo (Jo 12:31), 456 JOÃO 1 3:36 – 1 4:31
e Satanás não tem poder sobre ele. Não há nada em Jesus Cristo que o diabo possa controlar.
Uma vez que estamos “em Cristo”, Satanás também não pode controlar nossa vida, a menos que permitamos. Nem Satanás nem o mundo podem perturbar nosso coração, se estivermos sob a “paz de Deus” por meio do Espírito Santo. Quando Jesus diz: “pois o Pai é maior do que eu” (Jo 14:28), não nega sua divindade nem sua igualdade com Deus, pois, se o fizesse, cairia em contradição (Jo 10:30). Quando Jesus estava na Terra, limitou-se, necessariamente, a um corpo humano. Em um gesto espontâneo, colocou de lado o exercício independente de seus atributos divinos e se sujeitou ao Pai. Nesse sentido, o Pai era maior que o Filho. É evidente que, quando o Filho voltou para o céu, tudo o que havia colocado de lado lhe foi restituído (Jo 1 7:1, 5).
Jesus demonstrou seu amor pelo Pai (e pelo mundo) entregando-se voluntariamente na cruz. Não se escondeu nem fugiu, mas se dispôs a dar sua vida. E possível que, nesse momento, Jesus e seus discípulos tenham deixado o cenáculo (jo 14:31), de modo que as palavras de Jesus, a partir desse ponto, foram ditas a caminho do jardim.
Ou talvez tenham se levantado da mesa e passado ainda algum tempo no cenáculo, enquanto Jesus os instruía. Não é difícil imaginar Jesus falando da alegoria da vinha, enquanto caminhavam pelos vinhedos naquela noite. Sua paz perfeita assegura-nos de que somente ele pode nos dar paz verdadeira. Jesus sempre está no controle da situação e nos capacita a conduzir nossa vida ao nos entregarmos a ele e recebermos seu legado de paz.
1. A promessa da paz: Jesus prometeu deixar Sua paz com os discípulos. Isso nos ensina que, mesmo em meio às dificuldades e incertezas da vida, podemos experimentar a paz de Cristo. A aplicação é que devemos confiar em Sua paz e buscar a tranquilidade interior, independentemente das circunstâncias.
2. A importância da Palavra de Deus: Jesus enfatiza a importância de guardar Suas palavras. A aplicação é que devemos valorizar e obedecer aos ensinamentos de Jesus registrados nas Escrituras, pois eles são a revelação da vontade de Deus para nossas vidas.
3. O papel do Espírito Santo: Jesus promete enviar o Espírito Santo, o Consolador, para ensinar e lembrar aos discípulos tudo o que Ele ensinou. A aplicação é que o Espírito Santo é um guia constante e um professor em nossas vidas, capacitando-nos a compreender e aplicar os ensinamentos de Jesus.
4. A garantia da vitória sobre o mundo: Jesus afirma que Ele venceu o mundo. A aplicação é que, como seguidores de Jesus, também podemos superar as adversidades e desafios do mundo através de nossa fé Nele. Devemos confiar que Ele é maior do que qualquer obstáculo que enfrentamos.
5. O amor de Deus e de Jesus: Jesus declara que Ele ama o Pai e obedece aos Seus mandamentos. Isso nos ensina sobre o relacionamento amoroso entre Deus Pai e Jesus e a importância da obediência como expressão de amor. A aplicação é que nosso amor por Deus deve ser demonstrado por meio da obediência aos Seus mandamentos.
6. A promessa de que Jesus não está sozinho: Jesus afirma que o Pai está com Ele. Isso nos lembra que, mesmo em Sua jornada para a cruz, Ele não está abandonado pelo Pai. A aplicação é que, em nossos momentos de provação, podemos confiar na presença de Deus conosco.
Em resumo, esses versículos nos ensinam sobre a paz de Cristo, a importância da Palavra de Deus, o papel do Espírito Santo, a vitória sobre o mundo, o amor de Deus e de Jesus, e a certeza da presença divina. Eles nos incentivam a confiar em Deus, a obedecer aos ensinamentos de Jesus e a experimentar Sua paz, independentemente das circunstâncias.